domingo, 16 de outubro de 2011

Teísmo Cristão

          Teísmo Cristão é a crença no Monoteísmo, ou seja, na existência de um Deus único. Iniciou-se com o chamado de Abraão rumo à terra prometida, e tomou forma com o nascimento de Cristo expandindo a salvação para toda a humanidade, não sendo privilégio só do povo de Israel, porém vai se firmar no Tempo de Constantino (312 - 337 d.C), onde conseguimos ver com clareza os fatores que influenciaram a partir de então, todas as gerações.
Constantino criou uma capital como sede de seu Império na cidade de Bizâncio que depois ficou como Constantinopla, hoje ela fica em Estambu na Turquia. Ele instituiu a Igreja Católica Apostólica Romana como Oficial e do Estado por pelo menos dois motivos: 1- O Cristianismo crescia de forma extraordinária pela perseguição por parte dos pagãos, e Constantino queria o seu apoio para continuar no poder; 2- Acabar com os conflitos entre o Paganismo e Cristianismo, pois ele não iria cair no erro de perder também o apoio dos pagãos. Para ter ambos apoio Constantino Oficializa o Cristianismo e, começou a negociar benefícios para quem se convertesse ao Cristianismo, como: ganhar terras e ser isentos de impostos entre outros. A idéia de Constantino não era acabar com os rituais pagãos e sim unificar e igualar ambas religiões.  
          Constantino leva então para o cristianismo elementos pagão como: 1- Liturgia; 2- das casas, o culto passou a ser no templo; 3- Incenso; 4- Gestos; 5- Procição; 6- é mudado o dia do Senhor para o Domingo; 7- Santos; 8- Natal, (25 de Dezembro) que por sinal era a comemoração do aniversário de Ninroide o deus Sol celebrado pelos pagãos e, agora é também instituído como aniversário de Jesus, nesse dia, cada um celebrava a quem acreditava. Entre outros elementos.
            Por esses fatos surgiram alguns grupos:
  1. Pais do Deserto “Santo Antão”, que não se misturou com o paganismo, mas não rompeu com a igreja, foram para o deserto.
  2.  2- Os Sismáticos que romperam com a igreja e, eram separatistas.
  3. Os que permaneceram na igreja se misturaram, surgindo várias heresias além das que já existiam e que influenciam até os nossos dias. Algumas Heresias foram contestadas e enfraquecidas no Concílio de Nicéia (325 d.C.). Principais heresias:  
Judaísmo (Séc. I) – Fundador: Judeus convertidos ao cristianismo; é caracterizado pelo Legalismo, Circuncisão e Lei de Moisés.
Gnosticismo (Séc. I e II) – Fundador: Cerinto; é caracterizado pelo Ascetismo (negação do desejo para uma meta espiritual), e Depreciação material e física para a elevação da alma e do espírito.
Arianismo (Séc. IV) – Fundador: Ário; é caracterizado pela negação da divindade de Cristo.
  Marcionismo (Séc. II) – Fundador: Marcião; é caracterizado pela crença de dois deuses A.T X N.T, pela negação do A.T., e acreditam que só existe o deus amoroso.
Montanismo (Séc. II) – Fundador: Montano; é caracterizado pelo Ascetismo, Legalismo, e vê a sexualidade como um mal.
Maniqueísmo (Séc. III) – Fundador: Maniqueu; é caracterizado pelo Dualismo (Luz X Trevas), Ascetismo e sexualidade como mal.
Pelagianismo (Séc. V) – Fundador: Pelágio (o pai do livre-arbítrio); é caracterizado pela negação do pecado original, e pela descrença da graça divina. 
Quando paramos para refletir sobre os erros da igreja, o nosso coração é invadido por uma indignação, mas quando olhamos para os nossos erros, por mais “simples” que eles pareçam ser, conseguimos ter um pouco mais de compaixão por ela, pois nós somos a igreja. Ao lidamos com o humano, sempre haverá erros, e por isso mesmo temos junto ao Pai um advogado que julga todas as causas.
 Aprendamos que a busca ambiciosa e incontrolável pelo poder, quebra toda aliança. A igreja é marcada por deslizamentos, porém o próprio Deus levanta os seus Profetas para denunciar os erros, trazendo arrependimento, fazendo valer o sacrifício de Cristo para restaurar essa aliança com Deus.
Tempos depois Deus levanta Martinho Lutero um padre monasteiro e um cristão coerente, que denuncia os erros da Igreja, uma delas é o comércio das indulgências. Ele Publica as 95 teses em 31 de outubro de 1517, no castelo de Wittenberg.
A partir do Século XVII com o Iluminismo “Era da Razão” na Europa, o Cristianismo enfraquece, apesar de Deus ter levantado grandes avivalistas como: Jonathan Edwards, Charles G. Finney entre outros; para quebrar com o racionalismo e a Ciência, não evitou a separação da religião do mundo secular, compreendida pela política e ciência. O Cristianismo perde forças e vem a ciência ocupar o lugar da fé e da religião.
A globalização que vem se formando no final do século XX e início do século XXI com a necessidade do capitalismo, através de uma aldeia global, vem expandindo os mercados e integrando a economia, a política, o social, a cultura, e como já esperamos, vem tentar “unificar” também a religião, trazendo com mais força o relativismo para a sociedade formando uma forte corrente contra o cristianismo.
Foi traçado uma linha pela história em síntese, para entender que o Teísmo Cristão conseguiu ficar de pé, mesmo com as diversas ideologias surgidas. Muitos foram os Heróis da fé que preferiram serem mártires a negar Jesus Cristo, porque acreditaram nas verdades Bíblicas. Sejamos nós os Heróis da Fé em nosso tempo, não negocie mais Jesus Cristo, decida hoje ser um cristão coerente!
            A ciência não é a cosmovisão de hoje! É a Pós – Modernidade e, todas as cosmovisões citadas no começo do texto estão presentes na mesma, porém a ciência foi a grande contribuidora para a cosmovisão atual. A ciência conseguiu enfraquecer o cristianismo e, o nosso maior desafio hoje é resgatar o Teísmo Cristão nas pessoas.
“Um pouco de ciência afasta o homem de Deus, Muita Ciência o traz de volta” (Francis Bacon)
      C.S.Lewis (1898-1963), foi um ex- ateísta, um dos cristãos mais destacados do século XX, suas obras mais conhecidas: O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa; As Crônicas de Nárnia etc... . Lewis nasceu em um lar cristão, porém começou a ter dúvidas a respeito de Deus quando sua mãe morreu de câncer, quando foi para um internato e virou um ateu confesso. Foi educado por um professor particular conhecedor de literatura clássica, contribuindo para que Lewis mais tarde virasse um grande escritor, ao mesmo tempo em que se firmava em seu ceticismo. Em 1929, Lewis “reconheceu que “Deus era Deus”, ajoelhou e orou”, e dois anos depois admitiu Jesus Cristo é o Filho de Deus e tornou-se membro de uma Igreja da Inglaterra quando, passou por vários processos de desconstrução: leu autores cristãos como George MacDonald - Pantastes – e G.K. Chesterton – The Everlasting -, ele também leu uma carta contendo as seguintes palavras: “... é um mundo miserável, e nós havíamos pensado que seríamos felizes com livros e musicas! palavras tão simples, mas que abriram os olhos de Lewis, e finalmente, ele foi confrontado pelas verdades libertadoras que quebraram com todos os seus argumentos, pelos seus amigos cristãos, entre eles J.R.R. Tolkien também escritor. 
Deus é a nossa realidade primordial, Ele criou o mundo pela Sua palavra, (Gn:1), o Deus que servimos é um Deus eterno (Sl 90:2; 102:12; II Pe. 3:8), pessoal (Filipenses 2: 7-8), triuno – um em essência e três em pessoa –  (Mt. 3:16-17; Is. 44:6; Jô 1:1; At. 5: 3-4), transcendental, imanente, soberano, onisciente, onipotente, onipresente, (I Reis 8:27; Sl 139:7-10; Is 66:1) auto-existente (Ex: 3:13,14; Jô. 5:26; At. 17:25) e imutável (Ap.4).
Acreditamos que o homem foi feito a imagem e semelhança de Deus (Gênesis 1:26), nos aspectos do conhecimento, consciência moral, consciência divina, inteligência e, pelos atributos comunicáveis de Deus ao homem – Bondade, Justiça entre outros.
Cremos que quando a pessoa morre, ela vai viver eternamente com Deus, ou, vai viver eternamente sem Deus (Hebreus 9:27), (Apocalipse 21:7,8), (Lucas 16:19-31), (João 11.25-26), (João 5.24), (Romanos 6.23), (João 3.16), o único e impreterível meio de salvação é a fé em Jesus Cristo - Sola Fide / Solus Christus – (Efésios 2: 8-9), e a Bíblia Sagrada é a nossa única regra de fé - Sola Scriptura. A sua Graça - A Sola Gratia – é dom gratuito de Deus, para que o homem saiba o porque ele existe, e saiba sobre a salvação e o meio de alcança-la. (Efésios 2:8), (1 Pedro 4:10).
 Só nos é possível conhecer alguma coisa porque Deus nos deu a capacidade do conhecimento. Compreendemos o que é certo e errado pelo senso moral. Deus criou o homem bom, mas depois da queda o homem se corrompeu, e a imagem de Deus no homem ficou desfigurada, mas Jesus nos deu a opção da Redenção, (Pedro 1:18-19), (Jo 1,29), (Mc 10,38), (Jo 10,18; 14,31; (Rm 5,8-10; 8,32), (Jo 12,31; 14,30). (Ef 2,17; 6,15).
O significado da história humana no Teísmo Cristão é Deus tomando a iniciativa de se revelar ao homem, buscando um relacionamento pessoal, trazendo-o de volta para si no plano de Redenção por meio de Jesus Cristo. Mesmo sabendo que o homem iria escolher pelo fruto do conhecimento do bem e do mal (Gênesis- 2:9), Deus não abriu mão que o homem vivesse Sua linda história de amor.
O Cristianismo não é meramente religião, definida estritamente como piedade e adoração comunitária. O Cristianismo é também uma perspectiva objetiva de toda a realidade, uma cosmovisão completa.  Somente o Cristianismo se mantém coerente de pé ante o teste da vida, o Cristianismo combina com o modo de como devemos agir, se desejarmos viver humana e racionalmente no mundo real. (COLSON e NANCY, 2005, pág. 132.).




“Antes, santificai ao Senhor Deus em vossos corações; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós” (I Pedro 3:13.)




Adriana Memória de Andrade.

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