terça-feira, 8 de novembro de 2011

Indiferença

"Muitas vezes, nas ruas mais agitadas deste mundo,
Muitas vezes, em meio à confusão da luta,
Surge um desejo inexprimível
De conhecer nossa vida encoberta:
Uma ânsia de consumir nossa chama e força impetuosa
Para encontrar a pista do nosso curso original;
Um desejo de investigar
Os mistérios deste coração que bate
Tão louco, tão profundo dentro de nós - para conhecer
De onde nossas vidas vêm e para onde elas vão."

Matthew Arnold, The Buried Life [ A vida Encoberta ]

Certo homem disse ao universo:

"Senhor, eu existo."
"Entretanto", replicou o universo, " o fato não criou em mim um senso de obrigação ."

Quão diferentes são as palavras do antigo salmista, que olhou para si mesmo e para Deus e expressou:

   Ó SENHOR, Senhor nosso, quão magnífico em toda a terra é o teu nome! Pois expuseste   nos céus a tua majestade.
   Da boca de pequeninos e crianças de peito suscitaste força, por causa dos teus adversários, para fazeres emudecer o inimigo e o vingador.
   Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos, e a lua e as estrelas que estabeleceste,
   que é o homem, que dele te lembres E o filho do homem, que o visites?
   Fizeste-o, no entanto, por um pouco, menor do que Deus e de glória e de honra o coroaste.
   Deste-lhe domínio sobre as obras da tua mão e sob seus pés tudo lhe puseste:
   ovelhas e bois, todos, e também os animais do campo;
   as aves do céu, e os peixes do mar, e tudo o que percorre as sendas dos mares.
  Ó SENHOR, Senhor nosso, quão magnífico em toda a terra é o teu nome!
 
(Salmos 08)
 

Há toda diferença do mundo entre as cosmovisões presentes nesses dois poemas. De fato, eles propõem universos alternativos. Não obstante, ambos os poemas reverberam na mente e alma das pessoas hoje em dia. O salmista afirma sobre a mão de Deus no cosmo e seu amor pelas pessoas. Elas anseiam por algo que não podem mais verdadeiramente aceitar. O vazio deixado pela perda do centro da vida é como o abismo no coração de uma criança que perdeu seu pai. Como aqueles que não creem mais em Deus desejam preencher esse vazio!

E muitos que, apesar de estarem do lado do salmista e cuja fé no Senhor Deus é vital e plena, ainda sentem a luta do poema de Crame. Sim, é exatamente isso o que significa perder a Deus. Sim, é isso o que aqueles que não têm fé no Senhor pessoal e infinito, Criador do universo devem sentir, qual seja, alienação, solidão e mesmo desespero.

O Universo ao Lado / James W. Sire

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